quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sociologia

Sociologia 4° Bimestre

Correntes Sociológicas

A Sociologia não é uma ciência de apenas uma orientação teórico-metodológica dominante. Ela traz diferentes estudos e diferentes caminhos para a explicação da realidade social. Pode-se claramente observar que a Sociologia tem ao menos três linhas mestras explicativas, fundadas pelos seus autores clássicos, das quais podem se citar, não necessariamente em ordem de importância:
1. a positivista-funcionalista, tendo como fundador Auguste Comte e seu principal expoente clássico em Émile Durkheim, de fundamentação analítica;
2. a sociologia compreensiva iniciada por Max Weber, de matriz teórico-metodológica hermenêutico-compreensiva;
3. a linha de explicação sociológica dialética, iniciada por Karl Marx, que, mesmo não sendo um sociólogo, deu início a uma profícua linha de explicação sociológica conhecida como materialismo histórico.

Estas três matrizes explicativas, originadas pelos seus três principais autores clássicos, originaram quase todos os posteriores desenvolvimentos da Sociologia, levando à sua consolidação como disciplina acadêmica já no início do século XX. É interessante notar que a Sociologia não se desenvolve apenas no contexto europeu.
Ainda que seja relativamente mais tardio seu aparecimento nos Estados Unidos, ele se dá, em grande medida, por motivações diferentes que as da velha Europa (mas certamente influenciada pelos europeus, especialmente pela sociologia britânica e positivista de Herbert Spencer). Nos EUA a Sociologia esteve de certo modo "engajada" na resolução dos "problemas sociais", algo bem diverso da perspectiva acadêmica europeia, especialmente a teuto-francesa.
Augusto Comte e o pensamento positivista
A Sociologia é uma área de interesse muito recente, mas foi a primeira ciência social a se institucionalizar como tal. O termo Sociologie foi criado por Auguste Comte (1798-1857), que esperava unificar os estudos relativos a todos os aspectos do ser humano (inclusive a História, a Psicologia e a Economia). Montesquieu também pode ser considerado um dos fundadores da Sociologia, talvez como o último pensador clássico ou o primeiro pensador moderno.
Comte acreditava que toda a vida humana e todas as sociedades passam pelas mesmas fases históricas e evolutivas, e que, se a pessoa pudesse compreender este “progresso”, poderia prescrever os "remédios" para os problemas de ordem social, análise decorrente da veridicação das transformações econômicas, políticas e culturais ocorridas no século XVIII, como as Revoluções Industrial e Francesa, que colocaram em destaque mudanças significativas da vida em sociedade com relação a suas formas passadas, baseadas principalmente nas tradições.
A Sociologia surge, então, no século XIX na intenção de compreender todas essas mudanças e explicá-las. No entanto, o surgimento da Sociologia é um processo histórico e está vinculado à consolidação do capitalismo moderno, fruto dessas tranformações.
O Positivismo surgiu desse pensamento, como um conceito utópico que possui distintos significados, englobando tanto perspectivas filosóficas e científicas do século XIX quanto outras do século XX. Desde o seu início, com Augusto Comte, na primeira metade do século XIX, até o presente século XXI. O sentido da palavra mudou radicalmente, incorporando diferentes sentidos, muitos deles opostos ou contraditórios entre si. Porém, há correntes de outras disciplinas que se consideram "positivistas" sem guardar nenhuma relação com a obra e o pensamento de Comte.
Para Comte, o Positivismo é uma doutrina filosófica, sociológica e política. Surgiu a partir do Iluminismo e das crises social e moral do fim da Idade Média e do nascimento da sociedade industrial, que tiveram como grande marco a Revolução Francesa (1789-1799).
Em linhas gerais, propõe à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente a teologia e a metafísica (embora incorporando-as em uma filosofia da história). Assim, o Positivismo associa uma interpretação das ciências e uma classificação do conhecimento a uma ética humana radical, desenvolvida na segunda fase da carreira de Comte.
A método positivista pensado por Comte consiste na observação dos fenômenos sociais, opondo-se ao racionalismo e ao idealismo, por meio da análise da “experiência sensível”, única capaz de produzir, a partir dos dados concretos (positivos), a verdadeira ciência (na concepção positivista), sem qualquer atributo teológico ou metafísico, subordinando a imaginação à observação, tomando como base apenas o mundo físico e material.
O Positivismo nega à ciência as possibilidades de investigar a causa dos fenômenos naturais e sociais, considerando este tipo de pesquisa inútil e inacessível, voltando-se para a descoberta e o estudo das “leis naturais” (relações constantes entre os fenômenos observáveis que regem o mundo físico). Em sua obra “Apelo aos conservadores” (1855), Comte definiu a palavra "positivo" com sete acepções: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático.
Defende também a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro e desconsidera todas as outras formas do conhecimento humano que não possa ser comprovado cientificamente. Tudo aquilo que não puder ser provado pela ciência é considerado como pertencente ao domínio teológico-metafísico caracterizado por crendices e vãs superstições.
Para os positivistas o progresso da humanidade depende única e exclusivamente dos avanços científicos, único meio capaz de transformar a sociedade. Surgindo como uma reação radical ao Transcendentalismo Idealista alemão e ao Romantismo, o positivosmo ignora os afetos individuais e coletivos e a subjetividade, limitando a experiência humana ao mundo sensível e ao conhecimento aos fatos observáveis. Substitui-se a Teologia e a Metafísica pelo Culto à Ciência, o Mundo Espiritual pelo Mundo Humano, o Espírito pela Matéria.
A ideia-chave do Positivismo Comtiano é a Lei dos Três Estados, de acordo com a qual o homem as sociedades passaram, e ainda passa, por três estágios em suas concepções que levam a evolução, isto é, na forma de conceber as suas ideias e a realidade:

1. Teológico: o ser humano explica a realidade por meio de entidades supranaturais (os "deuses"), buscando responder a questões como "de onde viemos?" e "para onde vamos?"; além disso, busca-se o absoluto;

2. Metafísico: é uma espécie de meio-termo entre a teologia e a positividade. No lugar dos deuses há entidades abstratas para explicar a realidade: "o Éter", "o Povo", "o Mercado financeiro", etc. Continua-se a procurar responder a questões como "de onde viemos?" e "para onde vamos?" e procurando o absoluto é a busca da razão e destino das coisas;

3. Positivo: etapa final e definitiva, não se busca mais o "porquê" das coisas, mas sim o "como", por meio da descoberta e do estudo das leis naturais, ou seja, relações constantes de sucessão ou de coexistência. A imaginação subordina-se à observação e busca-se apenas pelo observável e concreto.

O surgimentpo da sociologia marca a mudança na maneira de se pensar a realidade social, desvinculando-se das preocupações especulativas e metafísicas e diferenciando-se progressivamente enquanto forma racional e sistemática de compreensão da mesma. Nesse sentido, a Revolução Industrial significou, para o pensamento social, muito mais do que a introdução da máquina a vapor, representou a racionalização na produção da materialidade da vida social em todos os aspectos.
ÉMILE DURKHEIM E A METODOLOGIA CIENTÍFICA

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